Verificamos a origem, as convicções e os propósitos dos católicos carismáticos. Notamos a aprovação e os aplausos que lhes votam os pentecostalistas e pentecostalizados.
Neste capítulo quero demonstrar porque o pentecostalismo é seita católica e isto explica a sua afinidade com os católicos carismáticos.
Mas como? Até o presente sempre o admitira entre as Denominações Evangélicas! Companheiro leitor, vamos refletir com o cérebro, órgão da inteligência.
Nosso corpo se triparte em cabeça, tronco e membros e funciona com diversos órgãos. Cada qual com a sua específica atribuição. Os pulmões são os órgãos da respiração. Os intestinos, da digestão. Da circulação sangüínea é o coração. E por aí vai... O cérebro e o órgão da inteligência.
Dizem lá os entendidos... Suponho terem eles toda a razão... Razão por mim constatada! O órgão quando sem uso ou sem exercício atrofia-se. Já vi as pernas definhadas do paralítico.
Atrofia-se o cérebro se o deixarmos de usar. Verifico mesmo ser o cérebro o órgão mais extenuado e definhado. A falta de seu conveniente e constante uso porque raras, raríssimas, são as pessoas que pensam. A inteligência é a faculdade mais nobre do ser humano e é a menos usada. Muitos dão mais valor as unhas ou ao estômago. Aquelas cuidam na manicure e as pintam com as cores mais lindas. A este empanturram com as mais requintadas iguarias. Ao cérebro não dedicam nem a leitura de uma linha sequer no mês para nutri-lo com um pensamento mais elevado.
Apesar de a nossa massa encefálica estar um tanto ou muito embotada pelo longo não-uso, façamos um esforço, companheiro leitor, no sentido de desemperrá-la. Os que a tiverem atrofiada ou desistirão desta leitura se já não a mandaram as favas, ou não entenderão o argumento ou raciocínio. E continuarão a admitir a falsa inclusão dos pentecostalistas entre os evangélicos.
É fato de fácil averiguação. O CATOLICISMO se reparte em inúmeras seitas. Das muitíssimas menciono algumas: a católica romana ou vaticana, a católica brasileira, a católica argentina, a católica japonesa, a dos velhos católicos, a grega ortodoxa, a anglicana, a católica unida, a católica restaurada, a ortodoxa russa. E tantas outras. Também o PENTECOSTALISMO.
Apresento os indiscutíveis e irrecusáveis argumentos de ser o PENTECOSTALISMO SEITA CATÓLICA. Exibo-os em numero de OITO!
1-O pentecostalismo nega a perseverança eterna dos salvos. Em outras palavras: supõe a possibilidade de o crente, se praticar determinados pecados, perder a salvação. Ora, esse ensino é católico. Se o postulado, da perseverança eterna dos salvos é da própria essência do Evangelho, o do risco da perda da salvação é ensino básico da teologia católica. Ao contrário do catolicismo, em todas as suas ramificações também a pentecostalista, as Sagradas Escrituras ensinam, e com insistência, que a salvação do crente evangélico é eterna. Eterna, e evidente, sem quaisquer possibilidades de se perdê-la. ETERNA mesmo! É, de resto, a mais Gloriosa Promessa de nosso Senhor Jesus Cristo por muitas vezes repetida, consubstanciada em Jo. 10:28-29: "E dou-lhes a Vida Eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da Minha Mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da Mão de Meu Pai". Dentre os livros de minha autoria há um deles,
O CRENTE PODE PERDER A SALVAÇÃO?
2- De mais de 300 páginas consagradas a exaltar a Misericórdia do Salvador que dá a Salvação Eterna ao crente nEle e nela indefectivelmente Ele o sustenta apesar das muitas e constantes fraquezas e infidelidades do salvo. Já tenho observado. Todo o crente evangélico que se torna "renovado" passa a viver o tormento do medo de se perder. Busca a chamada "segunda bênção" e se torna inseguro quanto à primeira. O desprezo deles contra essa Promessa de Jesus é tanto que, em resultado de negá-la, dizem é um assunto secundário. O pentecostalismo a semelhança do catolicismo, de que é uma seita, engendra sofismas sobre sofismas com o emprego, desonesto de certas passagens bíblicas na tentativa de negar a perseverança dos salvos. Dessa forma recusam os pronunciamentos claros e categóricos das Escrituras acerca da essência do Evangelho que é a Vida Eterna outorgada por Cristo ao crente nEle.
A admitir-se o risco de o salvo perder-se, como querem os pentecostalistas, há de se aceitar o concurso das obras para a salvação do pecador. Com efeito, se posso perder a minha salvação significa que essa salvação está na dependência de minhas obras. Essa é a tese fundamental, básica, do catolicismo.
3- O pentecostalismo ensina que se o crente comete certos pecados perde a salvação, mas se praticar outros não a perde. Cito alguns exemplos desses pecados graves: adulterar, prostituir-se, assassinar, dançar em bailes do mundo, brincar o carnaval. São os pecados que perpetrados cominam a perda da salvação. Menciono, outrossim, alguns pecados que não causam tamanha desgraça. Ou seja, pratica-os o indivíduo sem o perigo de deixar de ser salvo: a mentira, a gula, a preguiça, a maledicência dentre outros. Ora, isso é catolicismo. A religião católica, efetivamente, distingue sem qualquer base nas Escrituras os pecados em mortais e veniais. Os mortais são os que levam ao inferno. São os graves. Os veniais não despojam a Vida Eterna. São os pecadinhos que todo mundo faz a toda hora.
Há grupos pentecostalistas mais rigorosos que incluem entre os pecados mortais, isto é, os pecados que causam a perda da salvação a embriagues, o fumar, a ida ao cinema, e da parte da mulher, o cortar o cabelo, o uso do batom nos lábios e do esmalte nas unhas, dos cosméticos e jóias, da calça esporte ou da minissaia. Outros grupos do pentecostalismo praticam sem qualquer restrição o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas. Outros ainda são abstêmios destas usanças, mas aceitam o corte de cabelo, o batom, o esmalte, a calça comprida e a minissaia nas mulheres. Também há os pentecostalistas que no passado vetavam as senhoras e moças como vaidades mundanas o cortar os cabelos, o pintar as unhas e os lábios e o uso de calças esportes e jóias. Hoje, contudo, mudando de convicção moral, aceitam essas coisas sem qualquer restrição. Anos passados certa Assembléia de Deus do Rio de Janeiro condicionava a perseverança da salvação dos homens ao uso do chapéu. Depois de tantas brigas modificou seu estatuto e agora o próprio pastor sai a rua de cabeça descoberta. Eis outro ponto de ligação entre o pentecostalismo e o catolicismo a fazer daquele uma das incontáveis seitas deste. Se tem cabido a hierarquia pentecostalista estabelecer a lista dos pecados graves, mortais, e retirar a gravidade de certos pecados passando-os para a relação dos veniais, também isso tem sido a empreitada da hierarquia católica. Lembro-me! Ao tempo de menino vi o "seu vigário" a recusar a comunhão da hóstia a senhoras de lábios pintados ou de cabelos curtos por estarem segundo ele em publico pecado mortal. Como o catolicismo o pentecostalismo estabelece a sua hierarquia na qualidade de árbitro da gravidade ou levidade dos pecados, tornando-a regra de moralidade. E de acordo com os moldes do catolicismo a adoção de outra regra de vida ou comportamento além das Escrituras.
4- O pentecostalismo reconhece haver se perdido o crente que, embora não haja cometido nenhum pecado mortal, é eliminado da "igreja" por abandono ou prolongada ausência. Condiciona, por conseguinte, a sustentação da salvação à "igreja". O catolicismo está cansado de repetir seu dogma de que fora da "igreja" não há salvação. Ainda neste último concílio, o Vaticano II, repetiu-se à sociedade, ao fastio, esse enunciado por ser a "igreja" crida na condição de "sacramento da salvação".
5- O pentecostalismo adota o seu cognominado batismo no Espírito Santo como "segunda benção", isto é, uma benção suplementar ou complementaria a da salvação. Também isso é catolicismo de vez que o catolicismo ensina o mesmo, com o seu chamado "sacramento" do crisma ou confirmação que consiste precisamente num revestimento especial do Espírito Santo posterior ao "sacramento" da regeneração. Certa ocasião fiz uma série de estudos sobre teologia romanista num Instituto Teológico Batista. Ao discorrer acerca dos "sacramentos" enumerei os sete conhecidos naquela doutrina. Um "pastor" pentecostalista presente, um ouvinte, solicitou-me explicasse o teor do crisma. E após minha exposição explicou ele que identifica sua seita com o romanismo porque o romanismo advoga a "segunda benção", conquanto diferente seja a terminologia. Não tive por onde se não dar-lhe inteira razão.
Dr. Aníbal Pereira Reis (ex-padre)
Católicos Carismáticos e Pentecostais Católicos, 2ª edição - pgs. 29 a 3
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