quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Thomas Jefferson retalhou a Bíblia para ter versão sem lixo

Jefferson extraiu 'diamantes' da Bíblia para ter sua versão da história de Jesus.
Em uma noite de inverno de 1804, Thomas Jefferson (na ilustração), o terceiro presidente dos Estados Unidos, de 1801-1809, pediu a um funcionário da Casa Branca que trouxesse dois exemplares da Bíblia e a retalhou com uma lâmina, tirando da história de Jesus o que lhe agradava. Ao conjunto, ele deu o nome de "A Filosofia de Jesus de Nazaré”.
Mais tarde ele escreveu uma carta ao seu amigo John Adams dizendo que tinha montado uma versão só com os “diamantes” da Bíblia, para distingui-los do monturo (dunghill).
Em português, monturo significa grande quantidade de lixo, monte de objetos desnecessários, lixão de difícil acesso.
A palavra inglesa dunghill quer dizer, entre outras coisas, estrume, monte de esterco, excremento de animais.
Jefferson usou “diamante” como metáfora por se tratar de pedra rara.
Ele foi o principal autor da Declaração da Independência (1776) e também um dos mais influentes fundadores dos Estados Unidos.
Uma das Bíblias das quais Jefferson extraiu 'diamantes'
Jefferson perdeu a sua montagem de “diamantes” da Bíblia, mas em 1820, aposentado da política, aos 77 anos, ele criou nova versão do Novo Testamento, em quatro idiomas. Usou seis exemplares da Bíblia — dois em inglês, dois em francês e dois em latim e em grego.
Nesta versão, Jefferson deixou de fora os milagres, como Jesus andando sobre as águas, ressuscitando Lázaro e multiplicando pães e peixes. Ele também não fez recortes sobre alusões ao nascimento virginal e à sugestão de que Jesus é Deus.
Jefferson deu à colagem o nome de “A vida e moral de Jesus de Nazaré”. Ela termina com o sepultamento de Jesus na sexta-feira, não com a ressurreição, no domingo de Páscoa.
Encadernada, essa colagem está Museu Smithsonian, de História Americana, juntamente com duas Bíblias das quais Jefferson extraiu os “diamantes”.
Thomas Jefferson foi de família que frequentava a Igreja Anglicana. Estudou em escolas que seguiam essa orientação religiosa, desde o ensino fundamental à faculdade.
Ele compareceu a cultos durante toda a vida, mas tinha uma visão crítica da religião, principalmente do cristianismo, como demonstram as suas versões da Bíblia.
Intelectual brilhante, ele preferiria tirar suas próprias conclusões, mesmo contrariando o dogmatismo religioso. Dizia que todos deviam fazer o mesmo.
Em 1787, ele disse ao seu sobrinho Peter Carr que indagasse com arrojo mesmo sobre a existência de um deus. “Porque, se houver um, ele deve homenagear mais a razão que o medo de quem tem os olhos vendados”.
Thomas Jefferson se considerava um “cristão verdadeiro”. Mas na campanha eleitoral à Presidência de 1800, ele foi retratado pelos aliados de John Adams, seu adversário, como “inimigo de Deus” que, se eleito, “lançaria a Bíblia em uma fogueira”.
Mesmo assim Jefferson foi eleito, sendo o único presidente dos Estados Unidos de dois mandatos que não teve sequer um projeto de lei rejeitado.
Nos atuais dias, Jefferson provavelmente não seria eleito por causa do fortalecimento do fundamentalismo cristão.

Publicado em The Humanist e entre outras fontes via Paulo Lopes

Fonte: http://www.noticiascristas.com. Acesso em 9.12.14.
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Com todo respeito ao autor ou autores do texto acima, convido o leitor a uma reflexão já que faltam 4 dias para o Dia da Bíblia.
1)      Retalhar a Bíblia é algo anterior ao ex-presidente Thomas Jefferson. Remonta aos tempos apostólicos. Confira II Tessalonicenses 2:2 e a segunda carta de Pedro, capítulo 3 versículo 16; leia também a gravíssima advertência do apóstolo João em Apocalipse 22:18-19.  Isto sempre aconteceu e depois do século XIX virou uma pandemia restrita aos eruditos amantes da Alta Crítica (Mt 11:25). A diferença entre Thomas Jefferson e certos eruditos, neste caso, é que o ex-presidente criou uma bíblia somente para ele. Quanto aos críticos textuais, suas diletas e frequentes modificações são impostas a todos os leitores. Sem mais delongas, maior rigor haverá no dia do juízo para os eruditos de todos os tempos que para Thomas Jefferson (Lc 10:13-15).
2)      Não faço a menor ideia sobre o que os autores do texto entendem por “fundamentalismo cristão”. Talvez, pelo contexto, estejam referindo-se à velha refrega por um texto livre de adulterações. Neste caso o fundamentalismo cristão está longe de ser forte, mas é muito barulhento e de fato perturba profundamente os eruditos liberais, ecumênicos e falsos crentes afinal: “a fé não é de todos”, disse o apóstolo Paulo (II Ts 3:2). Estes não acreditam na capacidade de Deus preservar Sua Palavra ao longo da história (Mt 24:35; I Pe 1:25a) e em virtude disso, “ajudam-nO” fazendo colagem de textos e versículos bem como modificam, subtraem ou acrescentam palavras. “Ajudar” Deus fazendo uso de recortes de manuscritos corrompidos alguns dos quais encontrados numa lata de lixo de um mosteiro romanista (não tinham credibilidade nem para aqueles idolátras!) não é o mesmo que atrapalhar ou o que é pior, impedir a Sua correta comunicação?! (cf. Sl 19:7; Ec 12:10; Ml 2:6).
3)      Alguns não chegam a consumar materialmente o ato de meter a tesoura na Bíblia ou de reescrevê-la, contudo, dentro de si, já a retalharam por completo. Saindo do meio acadêmico e entrando no cotidiano prático, os adeptos da Teologia da Prosperidade e Confissão Positiva reproduzem o mesmo erro do ex-presidente. Suas vidas giram em torno de alguns versículos que prometem riquezas e saúde; todo o resto e omitido.

“Por isso, como é o povo, assim será o sacerdote; e castigá-lo-ei segundo os seus caminhos, e dar-lhe-ei a recompensa das suas obras. Comerão, mas não se fartarão; entregar-se-ão à luxuria, mas não se multiplicarão; porque deixaram de atentar ao SENHOR. A luxuria, e o vinho, e o mosto tiram o coração.” (Os 4:9-11).

Marcos

10.12.14.

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